quinta-feira, novembro 16, 2006

o papel dos partidos, e não só...

O que o meu colega (por agora) escreveu aqui suscitou-me algumas reflexões quanto ao papel que os partidos ocupam nesta matéria e como as pessoas votam nestas questões conforme os partidos votam, ou não votam. Ele fala do referendo à regionalização de 1998, eu falo mesmo do referendo ao aborto de 1998, nomeadamente de como o PSD, ou pelo menos o seu líder, Marcelo Rebelo de Sousa se conotaram com o Não, e como o PS, através do seu líder, decidiu ter uma posição neutra, dando liberdade de voto e campanha. Se isto teve influência? Penso convictamente que sim, penso porque durante muitos anos da minha vida vivi num ambiente comunitário em que se votada em função do partido, fosse qual fosse a votação e /ou as pessoas e ideias em causa. Falo, porque era uma comunidade que votou quase 90% no Não e muitos nem entendiam o que estava ou deixava de estar em causa.
Agora, 8 anos depois as posições invertem-se PS defende o Sim, PSD dá liberdade de voto não tomando uma posição. É a decisão mais correcta? Aí concordo com o meu colega, sem dúvida. A questão deve ser remetida para a sociedade civil, não é para ser politizada, é para ser humanizada e socializada.
Mas no fundo não podemos esquecer que são esses partidos que no final vão aprovar uma lei sobre o assunto. E é bom que respeitem a voz do povo, ganhe o Sim ou o Não.
Mas e se não obter a vinculatividade (50% dos votos populares)? Eu entendo que tal como à 8 anos se respeitou o Não, agora deve-se fazer o mesmo. Se o Não ganhar mantém-se a Lei, mas cumpre-se o que o povo decidiu e aplica-se a pena, mas se ganhar o Sim, faz-se uma nova Lei e acaba-se com os julgamentos.