segunda-feira, fevereiro 05, 2007

só mais uma pergunta

Só mais uma pergunta e prometo que é (ou talvez não) a última.
Ontem propôs-se, pela parte do Não, que a caso de o Não ganhar se aprove uma de duas leis: ou se retira a pena a crime de aborto(?) ou se cria uma excepção para a mulher que aborta, uma espécie de estado de necessidade, como promove o professor Freitas do Amaral (e diferentemente do Prof Marcelo), e em que continua a ser crime e a mulher em tribunal tem que provar tal estado de necessidade e ,se o provar será absolvida, se não, condenada.
O PM disse que não. Disse que não porque não quer desvirtuar o voto das pessoas que votam não, de pessoas, como eu conheço muitas, que querem que a mulher seja penalizada, que querem que o aborto seja um crime.
Então a pergunta será mesmo essa: não se estará a desvirtuar o voto no Não se se despenalizar o aborto (porque é o efeito prático) no caso do Não ganhar?

9 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Que importa a questão de disvirtuar o voto do não se se salvar 1 vida que seja?

7:41 da tarde, fevereiro 05, 2007  
Blogger Filosórfico said...

ABORTO E PRIORIDADES

SE considerado o abortamento como um direito, vai ser um “vê se te avias”, pois nunca se viu que a despenalização de um acto não levasse ao incremento da sua prática.

De qualquer modo, terá sempre o Estado de assegurar esse novo direito, pela criação de novos serviços ou pelo reforço dos existentes. E, em alternativa ou simultaneamente, de celebrar dispendiosos protocolos com clínicas privadas.

Resultado:

- Parte das grávidas recorrerá aos serviços públicos. Mas, agora, não apenas as que o fazem pelos motivos actualmente permitidos, mas também as que o pretendem por mera conveniência. Com a evidente sobrecarga.

- Outras, recorrerão às clínicas, como actualmente acontece. Só que, presentemente, são elas que pagam o serviço; e depois será o Estado ( nós... ) a subsidiá-lo.

- Outras, finalmente, por compreensível vergonha ou menor instrução, continuarão a servir-se de habilidosos ( acaso a existência de médicos, hospitais e clínicas, aptos a tratar verdadeiras doenças, impede que floresçam os bruxos, endireitas e curandeiros com filas de espera à porta ?! )

E serão estas últimas ( presumivelmente as mais infelizes) a continuar penalizadas !

Isto faz algum sentido ?!

Não será, antes, obrigação do Estado, canalizar esse investimento – já que admite ter disponibilidades bastantes – para obras de apoio às grávidas, de modo a reduzir os abortamentos e não a facilitá-los ?!

Lucravam elas, porque libertas dos tão falados “traumas”; lucrava o País, carente de juventude; lucravam principalmente os nascituros porque veriam a luz do dia.

8:02 da tarde, fevereiro 05, 2007  
Anonymous Anónimo said...

Em prol de um debate esclarecido, gostaria de recomendar um blog, que faz uma abordagem ao referendo ligeiramente diferente da que nos fomos acostumando:

http://blogdefrente.blogspot.com/

Melhores Cumprimentos,
David Sanguinetti

9:45 da tarde, fevereiro 05, 2007  
Anonymous Anónimo said...

Disseste o seguinte: "O PM disse que não. Disse que não porque não quer desvirtuar o voto das pessoas que votam não".
Mas então, não estão a desvirtuar a decisão do povo que votou há oito anos? Dizem que não é vinculativo, muito bem, mas votou quem quis. Mas desrespeitam as pessoas que votaram e julgam que as coisas mudam de 10 em 10 anos. Maior desrespeito à decisão do povo não existe!
Mais: isso de dizerem que o "não" quer as mulheres na prisão, e tudo o mais, é ridiculo. Existem crimes que não são punidos com a prisão, como toda a gente sabe. Mas as pessoas do "sim" a uma política de morte dizem que não se não se liberaliza (ou despenaçiza, como quiserem, porque não são as palavras que me interessam) sem prisão. Tenham juízo!
O que nós defendemos é o direito mais fundamental do homem: o direito à vida.
É UM DIREITO TÃO BASICO QUE, SE A TUA MAE NÃO O RESPEITASSE, NÃO ESTARIAS A ESCREVER ESTE BLOG.

10:18 da tarde, fevereiro 05, 2007  
Blogger epb said...

1º ponto, a minha mãe não é para cá chamada está bom? porque eu ntambém não chamo a sua de certeza.
Depois se os nossoa queridos portugueses tivessem ido votar não estavamos a discutir, porque então o referendo seria vinculativo e o legislador abster-se-ia de legislar, percebe diogo? senão leia o art 115º /11 da CRP.
E mais se o Governo quisesse à 8 anos tinha despachado esta questão, pois se o referendo não é vinculativo o decisor político não está vinculado a seguir a sua resposta e pode , numprazo de distanciamento proporcional, legislar sobre o assunto.

10:26 da tarde, fevereiro 05, 2007  
Anonymous Anónimo said...

O que vi por parte do PM foi uma birrinha como as crianças da pré fazem... "Se não me dão o que eu quero, não me porto bem". Se não tenho a liberalização, então também não haverá despenalização para ninguém. Um bocado contraditório, parece que o sr. PM só é pela despenalização se o SIM ganhar, se o NÂO ganhar, então aí é pela penalização, prisão, enfim.
Faz-me lembrar o Luis Filipe Vieira quando disse que se demitia se o benfica nao chegasse aos nao sei quantos mil socios. Fez, não. E LFV tal como o PM cometeram o mesmo erro, puseram a sua impulsividade e o seu cargo à frente daqueles a quem servem. No fundo, tentaram usar do seu poder (momentaneo) para manipular opinioes e para além de ficar muito mal, parece que é algo que não convence ninguém. Pelo menos foi assim com LFV...

NOTA: Sou benfiquista!

12:45 da manhã, fevereiro 06, 2007  
Anonymous Anónimo said...

A despenalização (ou penalização) deveria ser feita caso a caso. Conheço 3 mulheres que usam como método contraceptivo o aborto. Aí concordo com a penalização. Em pessoas com pouca informação (há muitas em Portugal), menores, grandes casos de miséria, aí concordo com a despenalização. Mas sempre contra o aborto. Chego por vezes até a achar que a Lei actual é tolerante demais. Eu fui chamada à parte, na MAC, para ser informada que, dada a minha depressão na altura, poderia recorrer à interrupção voluntária!! É de doidos!! Ultrapassei tudo e tenho um lindo filho, GRAÇAS A DEUS!!

11:29 da manhã, fevereiro 06, 2007  
Anonymous Anónimo said...

Caro Diogo Morais Barbosa:
A vossa concepção de vida é um bocadinho relativa. Neste referendo não se pretende saber quem concorda ou não com o aborto. A pergunta do referendo apenas quer saber se concorda com a despenalização da IVG até às 10 semanas, em estabelecimento público autorizado, isto é, se concorda que se crie mais uma excepção na lei, a qual despenalizará a mulher que realizar uma IVG até às 10 semanas, de correr o risco de ter uma pena de até 3 anos de cadeia.
Meu caro, não me parece que a vossa defesa de vida seja muito mais eficaz do que os que defendem o SIM no referendo. Não se esqueça que já existem outras excepções na lei que permitem uma IVG até às 16 semanas ou até às 24 semanas(dependendo dos casos). Não acha que nessas situações também existe vida?? O direito à vida discute-se nos casos de homicídio, daí que o aborto seja outra coisa...
Direito à vida, sim senhor! E direito à liberdade de escolha? E direito à igualdade?
Não nos tornemos todos hipócritas, sendo falsos moralistas, capazes de ajuizar as consciências alheias!...

2:46 da tarde, fevereiro 06, 2007  
Anonymous Anónimo said...

Amigos... Embora não vos conheça de lado nenhum fico muito contente por ver todos esses argumentos. Todos vocês fazem este mundo ser preenchido de amor verdadeiro. Votem não. E depois disso lembrem-se que também isso nos dará muito trabalho e responsabilidade. Não sejamos como o mimado do socrates que ou lhe dão o brinquedo dele ou ele nao brinca com mais ninguem (nem ajuda aqueles que tanto defende). Isto não se trata de ganhar ou perder. Logo a seguir do referendo as clinicas vão começar a entrar no nosso pais. Isto quer ganhe o sim ou o não. Temos e de ajudar aqueles que mais precisem a ter alternativas e a não serem tentados por a péssima opção que lhes oferecem. Em espanha a lei é igual á nossa e o número de abortos é muito superior. Grande parte desses abortos são justificados pelas razoes psicológicas. Sejamos responsáveis e coerentes. Voto não e sei que tirarei a oportunidade a muitas mulheres de fazerem uma asneira da qual se vão arrepender o resto da vida. Abraço e obrigado mais uma vez

12:15 da manhã, fevereiro 07, 2007  

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