sábado, novembro 18, 2006

Partidos...de novo

Escreveu-se aqui e aqui sobre o papel que os partidos políticos deveriam assumir neste referendo, nomeadamente de não transformar esta questão numa luta partidária, para depois se tirarem conclusões político-partidárias dela.
Mas o que estáa acontecer é precisamente o inverso, parece que o alter ego dos líderes partidários é maior. Não lhes basta tomarem posições pessoais, têm que levar o partido atrás, para depois se tirarem conclusões, "a esquerda ganhou" ou "a direita ganhou". PS, BE,PCP são pelo SIM, os seus líderes assumem, os militantes vão atrás. O CDS-PP assumiu logo que votaria Não e desta forma o seu líder encabeçaria a luta pelo Não, ganhando protagonismo na oposição à Direita, e tendo uma vitória pessoal caso o Não ganhe. Vitória em relação à oposição interna e à oposição à Direita. Disse aqui que Marques Mendes não ia tomar uma posição e daria liberdade de voto aos membros do PSD. Enganei-me. Segundo o EXPRESSO não só vai tomar posição pelo Não, como vai fazer a sua declaração na sede do PSD, o que, na realidade, vai fazer com que , implicitamente, se torne na posição do partido, levando muitos militantes, que como se diz "votam porque o partido vota", atrás. Tinha Marques Mendes que o fazer? Tinha, tinha porque se o Sim ganha, Sócrates ganha, se o Não ganha, Ribeiro e Castro ganha, e ele ficava na sombra.
Pena que tenha que ser assim, que os partidos venham à frente para tornar esta questão numa luta partidária , como se de uma eleição se trata-se,em vez de deixar a sociedade civil debater o tema entre si.