De novo a Igreja
Através do BLOGUE DO SIM cheguei a este texto em o seu utor (vox patriae) resenrola uma série de argumentos em que explica como é que um católico não pode SIM, porque estará a ir contra as suas concepções. Não vou estar a falar mais nisso, já o fiz aqui, mas gostava de referir a opinião de um dos conferencistas do debate que houve esta tarde na Faculdade de Direito de Lisboa (à qual o meu colega não pôde por motivos de trabalho, mas eu fui), o Padre Mário Oliveira, que para quem não sabe, vota SIM (tal como muitos católicos).
Disse ele que vota sim porque, apesar de ser contra o aborto, tal como todos (acho eu!) são,o que está em jogo é se a mulher, só ela, tem a consciência de interromper a gravidez.E se toma a decisão de o fazer o Estado deve abrir-lhe a porta de um hospital para ela o fazer, e não atirá-la para o aborto clandestino e, assim, colocar não só a sua vida em jogo, como a possibilidade de nunca mais ter filhos. A mulher deve poder planear uma nova gravidez, mas uma gravidez quando ela quere dando à criança toda a possibilidade de viver uma vida digna.
Diz também ele que se a mulher aborta não deve ser presa e julgada por aborto clandestino, porque é o Estado que a atira para ele. É isto que está a ser discutido, se o aborto é só para ricos e os pobres são atirados para o "vão de escada". Porque a nova lei (a ser criada) não vai atirar ninguém para o aborto, épreciso ter consciência para tomar tal decisão, e a ser tomada o Estado deve estar ao lado da mulher, não a atirá-la para as mãos de "carniceiros" e depois julgá-la por isso.
É preciso defender a vida, é preciso apostar na prevenção, mas também dar condições para quem decide abortar.
Na parte final referiu um pequeno assunto que eu não queria trazer à baila nesta discussão, mas no fundo convém, porque eu sou católico,e ser católico é seguir a palavra de Deus e não dos bispos. Mário Oliveira referiu isto : ainda hoje a mulher que aborta é excomungada por o fazer, mas não é por deixar levar a gravidez até ao fim e depois matar o bebé quendo ele nasce. É crime, tal como são crimes os homicídios, os massacres pelos ditadores etc etc Mas valem eles a excomunhão? Não. O aborto vale. Tirem daí as conclusões que quiserem.
5 Comments:
dE FACTO O QUE PODERIA DIZER O pADRE mÁRIO DE oLIVEIRA, ESSE GRANDE EXPOENTE DA TEOLOGIA E DA ÉTICA CATÓLICA????
De facto ele tem-se tornado uma personagem curiosa dentro do Catolicismo pelas seguintes razões:
Não está excomungado e " demitido " do sacerdócio por " preguisa " tolerante dos seus superioeres hieraquicos que , com isso encetam mais uma manobra de Marketing ( de notar q há mais de 20 anos a u´nica relação q ele tem com a Conferencia Episcopal Portuguesa e o slário que de lá recebe dado q não lhe foi atribuida nenhuma responsabilidacde pastoral desde há vastos anos )
Dedica-se, em exclusivo, ás " comunidades eclesiais de base " - designaçao oficial das celulas da organização institucional da Teologia da Libertação e ao jonal oficial desta- O FRATERNIZAR - onde ataca todos os dogmas catolicos, a começar por fatima - pedra de toque do catolicismo portugues.
Seia de espantar e q disse-se NÃO pois que ele está para a Igreja catolica de hoje , e se calhar de sempre.. pelo menos desde q começou a pregar o pacifismo como capelao militar em Africa, foi " visitado " pela PIDE e coisas do genero que assim é, como Maomé está para o Toucinho
Já Norberto Bobio, que não é católico e sim ateu ou pelo menos céptico, é contra o aboto em qq circunstancia por raoes q se prendem com a sua filosofia jusnaturalista racionalista
( de resaltar que o DR GARCIA PEREIRA do MRPP diz NÃO a este como ao outro rferendo porque entende que deve ser o poder politico a encetar a despenalização )
Espero ter desconstruido esta falácia
ok, entao vamos lá ver o que eu disse:
eu disse que o padre disse uma coisa com que eu concordava. Não disse que o que ele diz é uma verdade universal e que todos devem acatar. Por acaso ouvi o que ele disse e lembrei-me de pontos com os quais eu concordo. e achei curioso por ele ser padre e dar a cara pelo seu sentido de voto. pode ter a certeza que eu conheço mais que pensam assim, mas não se manifestam.
o que eu também não disse foi que era preciso ser cristão para votar sim ou não, aliás discordo completamente que a Igreja se venha meter na conversa porque este é um tema da sociedade civil no qual a igreja não se deve meter.
Quanto à opinião de garcia pereira eu estou de acordo com ele. Também eu acho que esta questão devia ser resolvida no parlamento, e não em referendo, mas já que ele está aqui, há que votar e apelar ao voto.
Peço desculpa por me intrometer neste blog... Mas... Sinceramente... Só tenho umas pequenas coisinhas a dizer quanto à Igreja... Quando diz que a Igreja não tem que se meter neste assunto porque é uma questão política...
O que tenho a dizer (posição da Igreja)... É que dizer sim ao aborto é a mesma coisa que desrespeitar o Mandamento da Lei de Deus: "Não Matarás"... E digo isto porque um suposto cristão... Deve saber interpretar o que vem na Bíblia... E a Bíblia apela à VIDA...
É só isto que lhe quero mostrar... Pois se dão o direito de intervir... A Igreja está incluída no mesmo... E tem direito a defender o que vem no Livro Sagrado...
O resto só o futuro dirá... E o NÃO continuará a lutar pelo que crê ser o correcto...
Peço desculpa... Disse uma coisa errada... Você não tinha falado em política... Tinha falado em sociedade civil... (Só para depois não dizer que eu andei a escrever coisas que não tinha dito)... Peço desculpa por tal erro...
A acrescentar... Uma sociedade civil tem que ter princípios... Pois sem princípios seríamos todos uns selvagens... E cada um andava neste mundo a fazer o que quer e que bem lhe apetece...
Cara joana
breves notas:
-sim, sou cristão, não sou suposto, sim, li a bíblia, sim,ela apela à vida. Mas deixe-me contar-lhe uma história rápida de uma conversa que tive há dias com um padre e um futuro bispo. Falávamos sobre o tema. Falávamos sobre a situação extrema que é fazer um aborto e o padre dizia que ao olhos de Deus uma mulher que aborta não pode ter perdão e não está nas mãos de nenhuma lei humana pode perdoá-la. Eu disse-lhe que a lei de Deus se cumpre perante Deus e não se pode impor a um estado laico que acate as leis da Igreja. Ele responde-me que o aborto é um crime tão grave que é uma das situações de excumunhão. e eu disse-lhe se não era tão grave uma mulher abortar como é uma mulher matar um filho enquanto criança, depois do parto, ou mesmo matar um ser humano, e se é, porque é que quem comete tal atentado à Vida não é excomungado?
A resporta dele foi o silêncio enquanto o outro respondeu. Deus os julgará na altura devida.
Eu só digo uma coisa porque é que não se aplica o mesmo a quem aborta? porque é que não deixamos a lei de Deus para quem tem fé e a cumpre, e a lei dos homens para a soceiedade? eu sou critão. A lei de Deus está em conflito com a lei dos homens. o que fazer? eu prefiro votar sim, prefiro dar à mulher que decide abortar as condições para o fazer do que criar mais desigualdades sociais a permitir que umas o façam em segurança e outras o façam arriscando a sua própria vida, prefiro ser humano. Se isso me faz um mau cristão, que faça, continuo a ter a minha fé. Mas pergunto se algumas posições da Igreja católica como a recusa do preservativo ou da pílula (que , aliás esteva para ser aceita nos meados do séc XX depois de um relatório inédito elaborado pelo que viria a ser o papa João Paulo I, mas foi recusado pelo papa Paulo VI apesar da aprovação pela Cúria)não levam a mais mortes do que o aborto. Talvez seja um mau cristão, talvez não seja o único, mas prefiro estar bem com a minha consciência e com a minha fé, do que com as leis da Igreja.
(ps: eu sei que me desviei bastante do que você disse, mas tava a precisar de dizer isto, e não tem nada que pedir desculpa, é sempre bem vinda)
Cumprimentos
Enviar um comentário
<< Home