quinta-feira, novembro 23, 2006

SNS

Já o disse. Entendo que despenalizada a IVG deveriam ser os hospitais públicos a ser encarregues de tal prática. Porquê? Porque sou contra o "abortar-por-abortar" e contra a liberalização total da prática da IVG. Assim, poderá haver um controlo mais apertado ao aborto, nomeadamente na quantidade de abortos que já fez, nas condições de saúde, no acompanhamento de uma equipa médica pluridisciplinar (obstetras, psicólogos, etc). Tudo isto para que não aconteça como em Espanha, em que se aborta a torto e a direito, basta ter dinheiro para tal e deslocar-se a uma das famosas clínicas. Não é isso que eu acho que deve acontecer por cá. Não se deve transformar o aborto num mero negócio, porque senão voltamos ao mesmo: quem tem dinheiro vai às clínicas, quem não tem contínua a recorrer ao "vão de escada", o que continuará a ser crime.
Sinceramente não me preocupo, como outros, se o custo para o SNS vai ser alto ou não (até porque eu sou um dos raros defensores que o SNS deve persistir gratuito). Preocupo-me é que não seja nele que se façam as IVG's e que as tais clínicas espanholas comecem a alastrar-se por Portugal.

3 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Mas para isso acontecer tem de haver uma legislação para o efeito. Não pode ser deixado, exclusivamente, ao entendimento que o médico ou equipa médica pluridisciplinar tiverem do caso.

2:45 da tarde, novembro 25, 2006  
Blogger epb said...

Mas claro que sim. Porque se não houvesse qualquer legislação estariamos a dar um poder discricionário aos médicos para avaliarem a situação. Não podemos cair no erro de deixar que os médicos, porque também são Homens e devem ter a suas opiniões sobre o caso, decidam livremente a forma de lidar com o caso de uma pessoa que queira fazer uma IVG. Aliás, eu concebo, e penso que os meus colegas também (se não esclareçam-me, que a comissão de acompanhamento servirá para dar mais apoio psicológico e informação médica , do que propriamente uma comissão de acesso ao aborto, como já muitos defender por aí. Porque nesse caso seriam eles a decidir, e não o casal.

7:39 da tarde, novembro 27, 2006  
Anonymous Anónimo said...

Sim, a comissão de acompanhamento servirá para dar apoio psicológico, informação médica, e para assegurar que a mulher está totalmente consciente de todas as alternativas ao seu dispor: ficar com o bebé, dá-lo para adopção (muitas vezes esta opção nem sequer é considerada), ou abortar...
Achei o post interessante sobretudo por levantar uma questão que também é minha e que ainda não vi discutida em lado nenhum: se for despenalizada a IVG, onde será levada a cabo? SNS ou privados? Uma coisa é certa, se o Sim vencer vai ter que haver uma lei a regulamentar a IVG onde isso terá que ser estipulado. Também sou adepto de ser feito (ou de poder ser feito) no SNS, mas também já ouvi partidários do Sim contrários a isto... Excelente discussão sem dúuvida! Aliás, vou até publicitá-la no meu blog, Altermundo... julgo que não terão problemas com isso ;)

11:50 da manhã, novembro 28, 2006  

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