sexta-feira, novembro 24, 2006

Tempo da Crise

Os fenómenos sociais são terríveis. Em Portugal, vive-se mal, com poucos recursos, muita fome, mas sempre com o talento para a saída forçada, que é como quem diz, o desenrasca.
Não tenho números, nem estatísticas, mas penso que o que leva as mulheres a abortar é a crise por que passam. Porque não tiveram dinheiro para quando dele precisaram: educação, formação, alimentação ou alguma qualidade de vida.
A IVG não é um fenómeno de gente pobre. Não o é. Mas é, sem dúvida, um fenómeno amiúde verificado no seio das comunidades mais enfraquecidas.
Tem relevo, para a discussão, quando não é nesses meios. Quando de "poderosos" falamos, a conversa muda, com alguma graça: é que não se sabe, rigorosamente, nada. Quem tem dinheiro para emendar um erro, tem dinheiro para ocultar tudo o que faz, como o faz, onde quer que o faça. Sabemos de alguém que tenha interrompido a gravidez, sendo esse alguém pertencente a classes mais altas, mais "endinheiradas"? Não, não sabemos. Se há um boato, o assunto discute-se na "Caras" ou na "VIP". Um pobre não. Enfrenta tribunal, julgamento social, vergonha pública.
A nossa luta, ao fim e ao cabo, é uma luta por uma sociedade mais igualitária, mais justa. Se o sabemos que o SIM minora desigualdades, coloca no mesmo plano jurídico ricos e pobres, como não acontece agora, então, essa resposta, que deve ser cabal, tem mais importância que nunca.

10 Comments:

Blogger BeHappy said...

Sem sombra de dúvida!

5:00 da tarde, novembro 24, 2006  
Anonymous Anónimo said...

Nem mais!!!

8:24 da tarde, novembro 24, 2006  
Anonymous Anónimo said...

So the question is: se uns não cumprem mais vale isentar do cumprimento todos? Perigosa ideia!

10:48 da tarde, novembro 24, 2006  
Blogger fernando alves said...

Não seria melhor solução punir quem não cumpre ou (mais desejável) ajudar quem precisa de ajuda para que não seja necessário "não cumprir"?

10:59 da tarde, novembro 24, 2006  
Blogger Лев Давидович said...

Por ordem:
- Havelock: Aconselho a não-subversão do que se diz. Descridibiliza quem ataca. Falar de cumprimentos e incumprimentos...mas estamos a falar de Direitos Humanos ou obrigações? Vamos lá ver se nos entendemos! E de que cumprimento estamos a falar? Concretizar não será má ideia.
- Caro Fernando, folgo em vê-lo de novo por estas paragens. Leia a nossa carta de intenções. Ninguém aqui defende que não se deve ajudar, bem pelo contrário. Mas cá está, de que cumprimento estamos a falar? Revelem-mo, numa linguagem que não vos comprometa, para que o debate siga bonito.
Voltem Sempre.

12:24 da manhã, novembro 25, 2006  
Anonymous Anónimo said...

Aqui ninguém (até agora) está a atacar quem quer que seja, logo, não subverta os "subversivos".

O cumprimento de que se fala é, obviamente, o da Lei. Porque, mais uma vez, a Lei existe para ser cumprida e não para ser justa aos olhos do indivíduo. Contudo, ela deixará de ser justa quando o for aos olhos da maioria. Isso, a verificar-se, inquinará a sua legitimidade - mas só então!

12:34 da tarde, novembro 25, 2006  
Anonymous Anónimo said...

A lei é para todos, disso não tenho dúvidas. A pergunta que ficou no ar com este post é
porque é que só são apanhados os que menos posses têm.
Segundo o meu ponto de vista as leis são feitas para serem justas para a maioria da população.
Mais uma vez quem consegue subverter a lei e sair impune são os ricos.

2:41 da tarde, novembro 25, 2006  
Blogger Лев Давидович said...

O que se sindica é, precisamente, isso. Se o SIM ganhar fica provado que a Lei é injusta. Fica inquinada.

2:49 da tarde, novembro 25, 2006  
Blogger David Cameira said...

tENHO CONHECIMENTO DE UM EXCELENTE SITE DE ATEUS E AGNOSTICOS QUE SÃO PELA VIDA E PORTANTO CONTRA O ABORTO LIVRE E GRATUIATO APESAR DE SER EVANGELICO , FUNDAMENTALISTA " BORN AGAIN CRISTHIAN " MUITO INFLUENCIADO PELA CBS DOS eua
fiquei deliciado com a exposição anti-aborto de Norberto Bobio

3:53 da tarde, novembro 27, 2006  
Blogger David Cameira said...

Ei-lo :

http://www.godlessprolifers.org/home.html

3:55 da tarde, novembro 27, 2006  

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