sexta-feira, janeiro 05, 2007

Mas porquê?

Sinceramente sempre ouve um sentimento dentro de mim que me dizia que esta campanha ia ser, por um lado, mais civilizada na discussão, mas por outro, mais agressiva nos argumentos. E isso tem-se provado. Por enquanto ainda não apareceram as meninas do "aqui mando eu", não, tem-se optado pelas conferências de esclarecimento e pela formação de movimentos cívicos (que já ultrapassou o número dos criados no último referendo). Por outro lado ainda não apareceram publicamente as célebres imagens dos fetos (embora um jornal de hoje disse-se na 1ª página que não vai demorar muito).
Mas a violência dos argumentos continua e, também, os ataques pessoais por alguém se envolver numa campanha. Mas isso fica para outra conversa.
Mas o que me deixa um pouco incomodado é saber que há pessoas que tentam a todo o custo tornar a discussão no que ela não é, ou seja, um problema económico. Sim , eu sei, os economistas são como os juristas, metem o "bedelho" em tudo, mas para quê? Esta é sobretudo uma questão ideológica, humana, de valores, de lei. Não é o problema de se saber quanto custa um aborto, ou se se gasta mais no aborto do que no tratamento de outras doenças (neste caso deve-se pedir mais meios para elas, não acham?), ou se o nosso dinheiro dos impostos é usado para financiar clínicas onde se pratique a IVG, até porque muitas pessoas que tanto falam deste assunto estão ligadas a investimentos, ou querem esses investimentos, que pouco ou nenhum sucesso têm , e aí não se lembram do dinheiro dos impostos.
Eu sei que é fácil, aliás, é a maneira mais fácil, apelar ao bolso (ao "pilim") dos portugueses para os chamar a atenção para alguma coisa. Mas não é disso que se trata, não é isso que está a ser referendado. Claro que a IVG tem custos. Toda a gente sabe que tem, aliás "não há almoços grátis".
Mas é isso mesmo que se deve discutir?Não.
Então porque se fala tanto nisso?Não sei. Mas gostava que alguém me dissesse.
P.S.: Mais uma sugestão de leitura: Ana Sá Lopes, no DN de hoje.

5 Comments:

Blogger ++!++ said...

"Por outro lado ainda não apareceram publicamente as célebres imagens dos fetos..."

Tem medo das imagens ?


"tornar a discussão no que ela não é, ou seja, um problema económico"

Não sabia que é disso que trata as últimas palavras da pergunta do referendo ?

Ainda não se apercebeu que ao dizer Sim estará a :
1) despenalizar o aborto
2) e a liberalizá-lo ?


Não será que também muitas campanhas pouco sérias a favor do SIM apenas defendem o primeiro ponto e escamoteiam o segundo ?

Muitos há até que se dizem contra o aborto mas votam SIM porque querem despenaliza-lo (coisa que até entendo e concordo), mas no que diz respeito a liberaliza-lo é demasiado incoerente para quem é contra o acto.

4:27 da manhã, janeiro 06, 2007  
Blogger epb said...

"tem medo das imagens?"
não, já o disse aqui, mas se você acha que é uma boa forma de fazer campanha? eu não acho.
Quanto à ultima parte da pergunta, num "estabelecimento se saúde lagalmente autorizado", já aqui se disse que preferiamos que fosse exclusivamente no SNS, infelizmente não vai ser, mas se o referendo concentra 4 perguntas numa só, não é motivo para que se concentre tudo numa apenas, e como disse, é óbvio que vai ter custos, mas se são esses custos que vão ser discutidos, então estamos a ir muito além da discussão que realmente interessa.
Se se está a liberalizar? parece uma inovação portuguesa,porque lá fora há um controlo efectivo(mas não público) do número de abortos realizados. não aconteceu nos outros países, tal como não aconteceu a transformação do aborto nm método "contraceptivo", como alguns querem querer que vai acontecer por cá, pelo contrário, o número de abortos até diminui, porque foi acompanhado de uma efectiva campanha de planeamento familiar, e se isso aconteceu lá, porque não há-de acontecer ca´?

1:50 da tarde, janeiro 06, 2007  
Anonymous Anónimo said...

epb:

Porque acha que as imagens dos fetos não são uma boa forma de fazer a campanha?

1:08 da tarde, janeiro 08, 2007  
Anonymous Anónimo said...

E quanto ao segundo ponto:

Porque é necessário educar primeiro a população, ou estar-se-ão a matar milhares de inocentes por descuidos que se evitariam se estes (os pais) fossem conscientes e não inconsequentes e irresponsáveis pelas suas escolhas e actos, se fossem bem-educados sexualmente...

Já agora, corrijo-lhe, pois penso que quereria dizer "querem CRER" e não "querem querer", como escreveu no seu post, não é verdade?

1:25 da tarde, janeiro 08, 2007  
Anonymous Anónimo said...

Porque não conceder a um bébé a possibilidade de viver, crescer e aprender(neste caso ao contrário do autor deste blog)o quão fantástico é viver?

4:21 da tarde, janeiro 23, 2007  

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